Como integrar um dev de modo rápido e eficiente?

O turnover de desenvolvedores é um desafio constante. Segundo um estudo da “The Bonding” divulgado pelo IT Forum, a média de permanência de desenvolvedores nas empresas é de aproximadamente um ano e dois meses.

É claro que essa média varia conforme o aquecimento do mercado de tecnologia, entretanto, tendo em vista esse cenário de alta rotatividade, torna-se primordial que os líderes realizem uma integração eficaz tanto com o time, quanto com os projetos previstos da área.

Antes de apresentar alguns métodos técnicos diretos para facilitar uma boa integração de devs na área de tecnologia, iremos abordar neste artigo alguns efeitos psicológicos imediatos que podem acometer novos integrantes e que devem ser percebidos para mapeamento de ações.

Como trabalhar a relação confiança x conhecimento para a integração de novos desenvolvedores

É notável que a confiança sobre o domínio em determinado assunto cresce à medida que mais se adquire conhecimentos e por meio da prática, entretanto, dependendo do meio inserido e de circunstâncias externas, esse tipo de percepção de confiança pode ser abalada.  Abaixo está um gráfico apresentando a relação entre percepção de conhecimento e conhecimento efetivamente absorvido:

Gráfico percepção de conhecimento x conhecimento efetivamente absorvido

Para exemplificar esse abalo de confiança causado por elementos externos, considere um dev experiente que possui sua carreira baseada em atuações efetivas em empresas Startups com poucas tecnologias centrais. É comum um abalo de confiança caso esse profissional ingresse em uma empresa com produtos multinacionais com várias tecnologias ingressas e vários times presentes.

Embora, o ideal seja um crescimento proporcional de percepção de conhecimento com conhecimento efetivamente absorvidos, o abalo dessa percepção e confiança podem provocar dois efeitos conhecidos: O Efeito Dunning-Kruger e A Síndrome do Impostor.

O Efeito Dunning-Kruger (você sabe tanto quanto imagina?)

Segundo a Warren Magazine o efeito Dunning-Kruger se caracteriza como:

“O efeito Dunning-Kruger é um viés cognitivo que leva as pessoas que têm pouco conhecimento sobre um assunto a supervalorizar o próprio conhecimento, enquanto os experts no tema subestimam a própria capacidade.”

Quando se tem pouco conhecimento sobre um determinado problema complexo, é comum criar uma superioridade ilusória decorrente da incapacidade de reconhecer toda a complexidade envolvida. Esse comportamento é nomeado como erro de calibração do incompetente, que leva pessoas com baixo desempenho em uma tarefa a autoavaliações infladas.

O gráfico abaixo apresenta o processo natural do Efeito Dunning-Kruger:

Gráfico da jornada Dunning-Kruger

O que Dunning e Kruger demonstraram é que pessoas com baixa performance em um teste de desempenho se julgam muito mais exitosas do que de fato são e que os experts se julgam menos bem-sucedidos do que de fato são.

Aquelas que têm perseverança aos poucos vão obtendo o domínio, porém o conhecimento traz a certeza de que nunca saberão tudo. 

A Síndrome do impostor

Segundo o portal de saúde da Faculdade de Medicina da UFMG:

“A síndrome do impostor é um comportamento de viés cognitivo que faz com que pessoas capacitadas vejam a si mesmas com uma inferioridade ilusória, percebendo-se como desqualificadas e subestimando as próprias habilidades”

Normalmente, a pessoa que apresenta síndrome do impostor se considera incapaz de aceitar o próprio sucesso. Ocasionalmente, a sensação de fraude e despertencimento na posição ocupada são aparentes. É estipulada uma crença de falta de preparo técnico e comparação de inferioridade com os pares, fazendo-os acreditar que são mais inteligentes e competentes do que realmente são.

Embora seja um campo de estudos novo com maior destaque em pesquisas no exterior, é bastante perceptível os sintomas em alguns profissionais, tendo como maior destaque a autossabotagem. Por medo de falhar, o indivíduo adota posturas e atitudes temerárias que acabam resultando na decepção que tentava evitar. Segundo Gilmar Fidelis professor do Departamento de Saúde Mental da Faculdade de Medicina da UFMG:

“Isso pode acontecer, inclusive, em outros campos da vida, como nos círculos afetivos. Por medo de decepcionar os parceiros e provocar o fim de um relacionamento, por exemplo, essas pessoas adotam comportamentos autodestrutivos e provocam um distanciamento que, por consequência, leva ao término que tentavam prevenir”
Infográfico apresentando a jornada Síndrome do Impostor

Restabelecendo a confiança para a integração de desenvolvedores na área de tecnologia

Casos de Efeito Dunning-Kruger e Síndrome do Impostor são bastante comuns na integração de novos devs e tais efeitos podem se manifestar por diversos motivos, independentemente da experiência.

O líder técnico e/ou colegas de equipe devem estar atentos para a manifestação de sintomas e inseguranças presentes.

Na maioria dos casos, um diálogo leve e aberto entre liderança e liderado acaba sendo a solução para tal situação. É notável que os efeitos ocorrem justamente por projeções irreais e expectativas ilusórias, entretanto um momento 1:1 para entender as preocupações do novo integrante e um alinhamento de responsabilidades trará maior confiança e conforto para enfrentar essas situações.

Integrando um dev de modo rápido e eficiente

A integração de desenvolvedores em equipes técnicas pode ser uma tarefa complicada. Além de incluí-los nas cerimônias presentes do time, apresentar as tecnologias em vigor e orientá-los sobre os processos de implementação, é necessário apresentá-los o produto e as suas responsabilidades como atuantes. Independente de experiências passadas, é natural que todo dev precise de um tempo para a adaptação ao novo ambiente de trabalho.

É possível, por meio de tarefas direcionadas e auxílio da equipe, encurtar o tempo de adaptação do novo integrante à rotina da empresa. Isso se torna muito mais fluido se ao longo do processo de atuação, formos apresentando o produto, as equipes e o processo de forma integrada, clara e acessível.

Abaixo, estão cinco dicas para uma maior eficiência na integração de novos desenvolvedores ao time:

  1. Nomeação de um padrinho

Algumas empresas possuem o modelo de apadrinhamento para novos integrantes. Nesse modo, é selecionado um desenvolvedor mais experiente e familiarizado com o produto e os processos presentes na empresa para auxiliar o novo integrante quando preciso. Dessa forma, o padrinho tem a função de esclarecer dúvidas que possam aparecer durante o processo de integração, assim como auxiliar no processo de entregas e definir seus limites de atuação e responsabilidades.

É altamente recomendado que o padrinho seja um dev com responsabilidade semelhante ao do novo integrante (preferencialmente de mesma equipe), entretanto tal papel pode ser concebido a demais integrantes da área de tecnologia que tiverem maior proximidade e vivência com os produtos e processos vigentes.

Essa prática está também descrita no artigo "Onboarding do time tech: Como fazer de forma eficiente?", confira para entender sobre como deve ser essa jornada com um mentor.

  1. Alocação do novo integrante em tarefas pequenas e educativas

Tarefas extensas podem virar gaps nas mãos de novos integrantes. É comum a presença de dúvidas sobre os casos de uso do produto, o desconhecimento sobre as particularidades de produção (frequentes sobre CI/CD), desentendimentos sobre os limites de atuação e carência de entendimento sobre os relacionamentos de serviços e equipes. Portanto, tarefas extensas devem ser evitadas ao máximo por necessitar de maior experiência e conhecimento interno do ambiente.

Alocar novos devs em tarefas pequenas tende a ser bem mais eficiente. Com isso, limitamos a atuação e apresentamos, pouco a pouco, funcionalidades básicas e necessárias para o novo integrante.

Fica mais simples o entendimento sobre uma determinada responsabilidade do serviço, a entrega de valor se torna mais constante e o entendimento sobre as particularidades de produção vão aparecendo gradativamente. Em produtos com modelo de arquitetura em microsserviços, é indicado uma atuação pequena e direta em apenas um serviço por vez, de modo a educar o integrante à forma arquitetural proposta.

  1. Integração do novo dev em revisões de código

Embora seja comum a cultura de revisão de Pull Requests entre desenvolvedores, é muito recomendado a adição do novo integrante como revisor e corretor das entregas dos demais devs. Isso estimula a colaboração, a troca de informações necessárias e o conhecimento sobre outros projetos de maneira acelerada. Dessa forma, o integrante terá contato indireto com demais projetos e terá mais clareza sobre as várias ações e responsabilidades presentes.

A revisão e correção dos Pull Requests do novo dev devem ter um alto grau de detalhamento para fins educativos sobre o modelo de produção e padrões utilizados.

  1. Maior detalhamento nos cards de tarefas

Quanto menor o entendimento do produto e dos modos de produção dentro da empresa, maior deve ser o detalhamento da tarefa para a realização do objetivo necessário. Portanto, para um novo integrante que ainda está desenvolvendo conhecimento interno, é recomendado um alto grau de detalhamento nas tarefas a fim de direcionar sua atuação para um objetivo claro. Isso também irá promover um maior conhecimento sobre o produto indiretamente.

Embora o detalhamento de tarefas necessite de uma boa descrição, deve-se tomar cuidado com redundâncias e informações desnecessárias. O detalhamento deve ser claro, direto e imperativo relatando somente o necessário.

  1. Aumento gradativo de autonomia

Um novo integrante na equipe requer uma maior atenção e dedicação, mas esse esforço tende a ser passageiro. À medida que ele completa tarefas, se familiariza com os processos e ganha confiança, os líderes devem gradativamente conceder mais autonomia.

Isso significa reduzir a quantidade de detalhes nas descrições das tarefas, permitir que o novo desenvolvedor tome mais decisões, interaja livremente com outras equipes e participe ativamente nas revisões de código (Pull Requests), solidificando assim sua integração na equipe.
Quer aprender como construir uma máquina de talentos do zero?

Conheça o Tech Lead Program do IFTL. Na aula "Construindo e escalando um time de alta performance", eles compartilham um guia para auxiliar em todos os rituais de gestão, desde a contratação e onboarding, até acompanhamento, PDI e desligamento.

Embora a integração de novos desenvolvedores possa ser desafiadora, estratégias efetivas e uma abordagem centrada no indivíduo podem acelerar esse processo, beneficiando tanto o membro quanto a equipe.

Ao priorizar pessoas e processos antes de ferramentas, empresas de tecnologia podem otimizar a integração e impulsionar a inovação e eficiência.

Sabemos que tempo é precioso e que atualizações em projetos de tecnologia são cobrados pelos usuários, entretanto com boas práticas de inclusão e produção para novos integrantes essas atualizações podem se tornar mais constantes gerando uma vantagem comercial no produto.

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Embaixador

Rafael Ferreira

Fundador da iniciativa Programador Lhama em educação em desenvolvimento de software avançado e mentoria especializada. Possui ampla experiência em desenvolvimento sistemas em microsserviços, arquitetura de software, treinamentos técnicos para desenvolvedores e mentoria de carreira técnica operacional. Atualmente, atua como Desenvolvedor Backend Principal e Arquiteto de Software da tribo “Lojas” na empresa Delivery Much.

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Fundador da iniciativa Programador Lhama em educação em desenvolvimento de software avançado e mentoria especializada. Possui ampla experiência em desenvolvimento sistemas em microsserviços, arquitetura de software, treinamentos técnicos para desenvolvedores e mentoria de carreira técnica operacional. Atualmente, atua como Desenvolvedor Backend Principal e Arquiteto de Software da tribo “Lojas” na empresa Delivery Much.

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Como integrar um dev de modo rápido e eficiente?

O turnover de desenvolvedores é um desafio constante. Segundo um estudo da “The Bonding” divulgado pelo IT Forum, a média de permanência de desenvolvedores nas empresas é de aproximadamente um ano e dois meses.

É claro que essa média varia conforme o aquecimento do mercado de tecnologia, entretanto, tendo em vista esse cenário de alta rotatividade, torna-se primordial que os líderes realizem uma integração eficaz tanto com o time, quanto com os projetos previstos da área.

Antes de apresentar alguns métodos técnicos diretos para facilitar uma boa integração de devs na área de tecnologia, iremos abordar neste artigo alguns efeitos psicológicos imediatos que podem acometer novos integrantes e que devem ser percebidos para mapeamento de ações.

Como trabalhar a relação confiança x conhecimento para a integração de novos desenvolvedores

É notável que a confiança sobre o domínio em determinado assunto cresce à medida que mais se adquire conhecimentos e por meio da prática, entretanto, dependendo do meio inserido e de circunstâncias externas, esse tipo de percepção de confiança pode ser abalada.  Abaixo está um gráfico apresentando a relação entre percepção de conhecimento e conhecimento efetivamente absorvido:

Gráfico percepção de conhecimento x conhecimento efetivamente absorvido

Para exemplificar esse abalo de confiança causado por elementos externos, considere um dev experiente que possui sua carreira baseada em atuações efetivas em empresas Startups com poucas tecnologias centrais. É comum um abalo de confiança caso esse profissional ingresse em uma empresa com produtos multinacionais com várias tecnologias ingressas e vários times presentes.

Embora, o ideal seja um crescimento proporcional de percepção de conhecimento com conhecimento efetivamente absorvidos, o abalo dessa percepção e confiança podem provocar dois efeitos conhecidos: O Efeito Dunning-Kruger e A Síndrome do Impostor.

O Efeito Dunning-Kruger (você sabe tanto quanto imagina?)

Segundo a Warren Magazine o efeito Dunning-Kruger se caracteriza como:

“O efeito Dunning-Kruger é um viés cognitivo que leva as pessoas que têm pouco conhecimento sobre um assunto a supervalorizar o próprio conhecimento, enquanto os experts no tema subestimam a própria capacidade.”

Quando se tem pouco conhecimento sobre um determinado problema complexo, é comum criar uma superioridade ilusória decorrente da incapacidade de reconhecer toda a complexidade envolvida. Esse comportamento é nomeado como erro de calibração do incompetente, que leva pessoas com baixo desempenho em uma tarefa a autoavaliações infladas.

O gráfico abaixo apresenta o processo natural do Efeito Dunning-Kruger:

Gráfico da jornada Dunning-Kruger

O que Dunning e Kruger demonstraram é que pessoas com baixa performance em um teste de desempenho se julgam muito mais exitosas do que de fato são e que os experts se julgam menos bem-sucedidos do que de fato são.

Aquelas que têm perseverança aos poucos vão obtendo o domínio, porém o conhecimento traz a certeza de que nunca saberão tudo. 

A Síndrome do impostor

Segundo o portal de saúde da Faculdade de Medicina da UFMG:

“A síndrome do impostor é um comportamento de viés cognitivo que faz com que pessoas capacitadas vejam a si mesmas com uma inferioridade ilusória, percebendo-se como desqualificadas e subestimando as próprias habilidades”

Normalmente, a pessoa que apresenta síndrome do impostor se considera incapaz de aceitar o próprio sucesso. Ocasionalmente, a sensação de fraude e despertencimento na posição ocupada são aparentes. É estipulada uma crença de falta de preparo técnico e comparação de inferioridade com os pares, fazendo-os acreditar que são mais inteligentes e competentes do que realmente são.

Embora seja um campo de estudos novo com maior destaque em pesquisas no exterior, é bastante perceptível os sintomas em alguns profissionais, tendo como maior destaque a autossabotagem. Por medo de falhar, o indivíduo adota posturas e atitudes temerárias que acabam resultando na decepção que tentava evitar. Segundo Gilmar Fidelis professor do Departamento de Saúde Mental da Faculdade de Medicina da UFMG:

“Isso pode acontecer, inclusive, em outros campos da vida, como nos círculos afetivos. Por medo de decepcionar os parceiros e provocar o fim de um relacionamento, por exemplo, essas pessoas adotam comportamentos autodestrutivos e provocam um distanciamento que, por consequência, leva ao término que tentavam prevenir”
Infográfico apresentando a jornada Síndrome do Impostor

Restabelecendo a confiança para a integração de desenvolvedores na área de tecnologia

Casos de Efeito Dunning-Kruger e Síndrome do Impostor são bastante comuns na integração de novos devs e tais efeitos podem se manifestar por diversos motivos, independentemente da experiência.

O líder técnico e/ou colegas de equipe devem estar atentos para a manifestação de sintomas e inseguranças presentes.

Na maioria dos casos, um diálogo leve e aberto entre liderança e liderado acaba sendo a solução para tal situação. É notável que os efeitos ocorrem justamente por projeções irreais e expectativas ilusórias, entretanto um momento 1:1 para entender as preocupações do novo integrante e um alinhamento de responsabilidades trará maior confiança e conforto para enfrentar essas situações.

Integrando um dev de modo rápido e eficiente

A integração de desenvolvedores em equipes técnicas pode ser uma tarefa complicada. Além de incluí-los nas cerimônias presentes do time, apresentar as tecnologias em vigor e orientá-los sobre os processos de implementação, é necessário apresentá-los o produto e as suas responsabilidades como atuantes. Independente de experiências passadas, é natural que todo dev precise de um tempo para a adaptação ao novo ambiente de trabalho.

É possível, por meio de tarefas direcionadas e auxílio da equipe, encurtar o tempo de adaptação do novo integrante à rotina da empresa. Isso se torna muito mais fluido se ao longo do processo de atuação, formos apresentando o produto, as equipes e o processo de forma integrada, clara e acessível.

Abaixo, estão cinco dicas para uma maior eficiência na integração de novos desenvolvedores ao time:

  1. Nomeação de um padrinho

Algumas empresas possuem o modelo de apadrinhamento para novos integrantes. Nesse modo, é selecionado um desenvolvedor mais experiente e familiarizado com o produto e os processos presentes na empresa para auxiliar o novo integrante quando preciso. Dessa forma, o padrinho tem a função de esclarecer dúvidas que possam aparecer durante o processo de integração, assim como auxiliar no processo de entregas e definir seus limites de atuação e responsabilidades.

É altamente recomendado que o padrinho seja um dev com responsabilidade semelhante ao do novo integrante (preferencialmente de mesma equipe), entretanto tal papel pode ser concebido a demais integrantes da área de tecnologia que tiverem maior proximidade e vivência com os produtos e processos vigentes.

Essa prática está também descrita no artigo "Onboarding do time tech: Como fazer de forma eficiente?", confira para entender sobre como deve ser essa jornada com um mentor.

  1. Alocação do novo integrante em tarefas pequenas e educativas

Tarefas extensas podem virar gaps nas mãos de novos integrantes. É comum a presença de dúvidas sobre os casos de uso do produto, o desconhecimento sobre as particularidades de produção (frequentes sobre CI/CD), desentendimentos sobre os limites de atuação e carência de entendimento sobre os relacionamentos de serviços e equipes. Portanto, tarefas extensas devem ser evitadas ao máximo por necessitar de maior experiência e conhecimento interno do ambiente.

Alocar novos devs em tarefas pequenas tende a ser bem mais eficiente. Com isso, limitamos a atuação e apresentamos, pouco a pouco, funcionalidades básicas e necessárias para o novo integrante.

Fica mais simples o entendimento sobre uma determinada responsabilidade do serviço, a entrega de valor se torna mais constante e o entendimento sobre as particularidades de produção vão aparecendo gradativamente. Em produtos com modelo de arquitetura em microsserviços, é indicado uma atuação pequena e direta em apenas um serviço por vez, de modo a educar o integrante à forma arquitetural proposta.

  1. Integração do novo dev em revisões de código

Embora seja comum a cultura de revisão de Pull Requests entre desenvolvedores, é muito recomendado a adição do novo integrante como revisor e corretor das entregas dos demais devs. Isso estimula a colaboração, a troca de informações necessárias e o conhecimento sobre outros projetos de maneira acelerada. Dessa forma, o integrante terá contato indireto com demais projetos e terá mais clareza sobre as várias ações e responsabilidades presentes.

A revisão e correção dos Pull Requests do novo dev devem ter um alto grau de detalhamento para fins educativos sobre o modelo de produção e padrões utilizados.

  1. Maior detalhamento nos cards de tarefas

Quanto menor o entendimento do produto e dos modos de produção dentro da empresa, maior deve ser o detalhamento da tarefa para a realização do objetivo necessário. Portanto, para um novo integrante que ainda está desenvolvendo conhecimento interno, é recomendado um alto grau de detalhamento nas tarefas a fim de direcionar sua atuação para um objetivo claro. Isso também irá promover um maior conhecimento sobre o produto indiretamente.

Embora o detalhamento de tarefas necessite de uma boa descrição, deve-se tomar cuidado com redundâncias e informações desnecessárias. O detalhamento deve ser claro, direto e imperativo relatando somente o necessário.

  1. Aumento gradativo de autonomia

Um novo integrante na equipe requer uma maior atenção e dedicação, mas esse esforço tende a ser passageiro. À medida que ele completa tarefas, se familiariza com os processos e ganha confiança, os líderes devem gradativamente conceder mais autonomia.

Isso significa reduzir a quantidade de detalhes nas descrições das tarefas, permitir que o novo desenvolvedor tome mais decisões, interaja livremente com outras equipes e participe ativamente nas revisões de código (Pull Requests), solidificando assim sua integração na equipe.
Quer aprender como construir uma máquina de talentos do zero?

Conheça o Tech Lead Program do IFTL. Na aula "Construindo e escalando um time de alta performance", eles compartilham um guia para auxiliar em todos os rituais de gestão, desde a contratação e onboarding, até acompanhamento, PDI e desligamento.

Embora a integração de novos desenvolvedores possa ser desafiadora, estratégias efetivas e uma abordagem centrada no indivíduo podem acelerar esse processo, beneficiando tanto o membro quanto a equipe.

Ao priorizar pessoas e processos antes de ferramentas, empresas de tecnologia podem otimizar a integração e impulsionar a inovação e eficiência.

Sabemos que tempo é precioso e que atualizações em projetos de tecnologia são cobrados pelos usuários, entretanto com boas práticas de inclusão e produção para novos integrantes essas atualizações podem se tornar mais constantes gerando uma vantagem comercial no produto.

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Embaixador

Rafael Ferreira

Fundador da iniciativa Programador Lhama em educação em desenvolvimento de software avançado e mentoria especializada. Possui ampla experiência em desenvolvimento sistemas em microsserviços, arquitetura de software, treinamentos técnicos para desenvolvedores e mentoria de carreira técnica operacional. Atualmente, atua como Desenvolvedor Backend Principal e Arquiteto de Software da tribo “Lojas” na empresa Delivery Much.

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